terça-feira, 16 de outubro de 2007

"Beber um cafezinho...?"

Tinha quase prometido não falar de questões relacionadas com Saúde e principalmente Fisioterapia mas não consigo..Fico com uma espécie de tremor involuntário muito parecido ao de um alcoólico em ressaca por exemplo quando abro um mail de uma qlq Associação a divulgar uma qlq oferta de emprego a 350 euros p/mês a full-time. Em alguns sonhos entro numa série de clínicas de enchidos aos tiros de Kalashnikov com um esgar maníaco e uma expressão tipo "Shinning". Esta sensação prolonga-se durante grande parte da manhã até começar a pensar em coisas felizes como vaquinhas nos prados e uma bela cataplana de marisco.
Falamos da crise na Fisioterapia (porque ela esta seriamente doente) numa altura em que as medicinas e fisioterapias ditas "alternativas ou complementares" estao em verdadeira ascensao foguetònica no seio de uma populaçao ja fatigada de recorrer à insipi^encia do sist nacional de saude ou outros serviços de saude de charcutaria! Convém ja agora enaltecer os cada vez mais inquestionaveis beneficios de muitas complementares.. apesar de terem outro efeito secundario que é "perde-se grande parte da alegria de viver!". Quando levadas fundamentalisticamente um individuo anda com a serenidade dos mortos-vivos.. quase "janado" torna-se num "sem vontade, sem desejo, dòcil, domesticado".. enfim.. um eleitor de sonho..
Convém lembrar que em França e na Alemanha os produtos homeopaticos vendem-se lado a lado com os convencionais, nas farmacias..
So o que nao me parece bem na ditas "alternativas" é a sua falta de regulaçao. Nao quer dizer que os medicos sejam so "gente boa" porque los ai muitos mediocres e incompetentes, mas aquando do seu percurso academico todos eles tiverem de estudar "buee" (ou copiaram mt bem) durante varios anos e varios exames, avaliados pelos seus pares e mestres. E agora quem avalia as "medicinas ou fisioterapias alternativas"? Quais os criterios? einh.. conheço poucas a sério e esse é o busilis da questao.
Contra mim tb falo mas se até a Fisioterapia é neste momento uma area "abandalhada" imaginem a das "alternativas"..!
Faço votos e posso iventar uma reza para que, para o bem da saude holistica das pessoas, estes dois mundos pudessem "beber um cafezinho " e entenderem-se.
(desculpem a falta de acentos erro do teclado)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Homenagem aos Papoilas

"Naquele pic-nic de burguesas,
houve uma coisa simplesmente bela,
e que, sem ter história nem grandezas,
em todo o caso dava uma aguarela,

Foi quando tu, descendo do burrico,
foste colher, sem imposturas tolas,
a um granzoal azul grão de bico
um ramalhete rubro de papoilas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
nós acampámos, ainda o sol se via;
e houve talhadas de melão, damascos,
e pão de ló molhado em malvasia,

Mas, todo púrpuro, a sair da renda
dos teus dois seios como duas rolas
era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

"Foda-se"

Por motivos sérios - normadismo, vicio, etc - entro num cybercafé. Cavalheiros circunpectos lêem o correio electronico, duas aldolescentes teclam no msn, rapazes em jogos online, um bloguer ali ao fundo. Os rapazes excitam-se com os jogos de guerra e a agudização do combate, e desatam numa onda de palavrões. O meu dicionario, que é razoável, enriquece-se, sobretudo porque eles falam alto. Ao fim de meia hora levanto-me e vou fumar um cigarro; aproveito para perguntar ao encarregado da loja se não pode dizer aqueles palermas para falarem mais baixo. Ele responde-me que é um espaço público. Eu digo-lhe que sei o que é um espaço público mas que gritar "foda-se lá a gaja maizó caralho" não me parece exemplo acertado. Ele promete fazer qlq coisa e vou a porta, que dá para a rua, fumar um cigarro. Um pai leva as duas filhas (sete, oito nove anos?) ao cybercafé e ouve a conversa. Parece-me que ficou apreensivo e olha lá para dentro, mas o rapaz da loja murmura qlq coisa sobre «pessoas que não compreendem o que é um espaço público» nem o espirito rebelde dos adolescentes que de vez em quando gritam «foda-se». O pai olha pra mim e apesar do meu ar perplexo, vejo que acaba por concordar com o energúmeno: claro, é preciso perceber isso, os miúdos diante do computador dizem sempre um caralho de vez em quando, pá, isto é assim mesmo, não tem mal nenhum, foda-se. Sinto-me um reaccionário num cybercafé de bairro de classe média. A classe da classe média já mudou, foda-se. Melhor, a tolerância e a pedagogia foderam-na. Estamos Fodidos...
"Francisco José Viegas"

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Classe "Mérdia"

Sempre quis escrever alguma coisa sobre coisas frívulas, mas até agora entretia-me em desabafar pelos cafés ou bares sempre (todos os dias) que tinha uma escultural mulher de 1,80m que suplicava e inclusivé pagava para me ouvir.. Dado que isso acabou (não sei bem porquê mas desconfio) e tive uma lesão de grau 3 na minha carteira Camel rafada de 1998, virei-me praqui.
Uma coisa que muito prurido me causa particularmente na classe "mérdia" e que não passa com a abundante aplicação de pomada fenistil nos ouvidos é o preconceito de que o saber nunca é mau e não ocupa espaço! O profundo conhecimento e entusiasmo com que muitas pessoas falam de literatura ou televisão de cordel/cor-de-rosa pode afectar o simples equilibrio biológico de um passaro que pode deixar de palrar com uma crise de figadeira..!
Semelhantes conhecimentos da vida privada de famosos e figuras púbicas, a ser dados a conhecer, devem ser com grande discrição..como quem não quer a coisa, fingindo o seu pouco interesse, contando mas mostrando esquecimento..
Quer-me parecer que esses mexericos passados pela imprensa cor-de-rosa dão oportunidade às leitoras e aos "Antónios de Oliveira Matos tãtãtãrãrãtã" de, pela participação da vida de nobres e ricos vestirem a personalidade de grandes guarda-ropas e cederem a desejos e emoções que não estão ao seu alcance. Isto normalmente denota um espírito que necessita deste lixo para viver compensado, qual viciado em tabaco, porque não se possui um orgão fisiológico de percepção para questões um bocadinho mais importantes.
Acho que é por isso que o pássaro em frente de casa deixou de cantar de manhã...