quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Ensaio sobre "a dinâmica da personalidade"



Umas vezes branca, outras preta; umas vezes yin, a seguir yang; umas vezes infeliz, ora quase feliz...
...umas vezes generosa, solidaria, altruísta, outras fria, vingativa, inflamada de rancor, ódio, amor...umas confiante, outras apavorada, frágil... Ela despe-se em momentos extremos de sofrimento ou de felicidade e paz quando drogada de prazer...a Personalidade..é ela reflexo da Natureza..
Somos cobertos a luz e sombras, de uma forma mais simplista, altruístas, que dão o que não têm (nunca conheci nenhum..) e egoístas incapazes de conceber a vida para além deles mesmos (conheço tantos..); a pessoa em forma consola, batata frita, frita também ela pelo sobreconsumismo e pela formatação da sociedade por um M gigante e amarelo. Fomos aqui chegando através de um longo processo de alienação, a bem do nosso "bem estar", em prol de uma cultura extraocidental que valoriza o conforto material, o estatuto social e o culto do corpo que, de uma forma doentia, se quer sem meia ruga e eternamente jovem.. aposto que a televisão consegue passar de forma consecutiva duas reportagens, uma anunciando uma nova retrete que com os seus 4 jactos de agua quente esterilizada com amukina e braço mecânico com lenço de seda perfumada que procede à limpeza briosa do Rabo, conseguindo quase que este troque de funções com a boca, porque muitos dizem mais merda do que o produto final desta limpeza...; e uma outra da magnífica "utilidade" da função de estacionamento automático no automóvel (ah e já agora no intervalo um anúncio a um resort com praia privativa e aquecimento central do mar).
Também não quero dizer que a personalidade altruísta e defensora de boas causas tenha grande parte das vezes motivação nobre, pois pode esconder um desejo de colmatar frustações ou um desejo de impôr poder e dominio alternativamente de forma a obter um reconhecimento e uma noção de dívida, que, com o medo infantil recalcado de ser deixado (que compensa com uma total entrega aos outros), cobra quando não se sente correspondido.
Muitos dos que são acusados injusta e cruelmente de serem egoístas, usam muitas vezes a distância e aparente desinteresse pelos outros como forma saudável de se resguardarem de conflitos emocionais cuja gestão não se lhes dizem respeito e que ainda não reinventaram a varinha mágica para os resolver.
Haja harmonia entre generosidade e egoísmo, em doses variáveis consoante tendências, circunstâncias...sem ânsias..
"No fundo, todos nós lutamos diariamente pela sobrevivência, cada um à sua maneira, num impulso vital de adaptação à vida que é exigente e desafiante.."

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